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Glossário

Manuel Zelaya

O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, eleito para o mandato 2006-2010, foi deposto em 28 de junho 2009. O pedido de prisão realizado pelo Ministério Público aconteceu antes da abertura dos resultados de uma consulta pública, não vinculativa, para saber se os eleitores queriam votar numa quarta urna nas eleições de novembro de 2009, em favor de uma Assembleia Nacional Constituinte. A consulta, não vinculativa, organizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), foi rejeitada pela Procuradoria Geral de Honduras, pelo Tribunal Eleitoral e pelo Congresso. A Suprema Corte de Justiça acusou o presidente Zelaya de traidor da pátria. O Golpe foi apoiado pelo Partido Nacional de Honduras e por setores do Partido Liberal (ambos representantes das oligarquias locais que se alternaram historicamente no poder), por setores da mídia e do judiciário. A casa do então presidente foi invadida por mais de 250 soldados, sem mandado de busca e apreensão. Eles o prenderam e o levaram de avião para a Costa Rica, onde foi deixado sozinho no aeroporto. A consulta sobre a quarta urna foi o pretexto para afastar Zelaya do poder, pois ele estava contrariando os interesses das grandes companhias petrolíferas em Honduras, os interesses dos bancos, que não aceitavam financiamentos da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba) a juros muito baixos. Também contrariou os interesses estadunidenses e dos setores conservadores que não queriam limitações à política de livre comércio com os EUA. Ao mesmo tempo, avançou no combate à pobreza extrema de 60% da população Hondurenha, aumentando, por exemplo, o salário mínimo em 60%, desenvolvendo programas sociais, promovendo crescimento econômico e queda na taxa de inflação, investindo em saúde e educação. Zelaya retornou ao seu país em 2010 e fundou o movimento chamado Libertad y Refundación (Libre).

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