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Em Pauta Conjuntura

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Em Pauta Especial: 2ª Jornada de Lutas pela Democracia

14 de setembro de 2017

Foto: Ricardo Stuckert

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a Curitiba nesta quarta-feira (13/09), prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro por conta de um terreno supostamente comprado pela Odebrecht para o Instituto Lula. Milhares de militantes comparecerem para apoiar o ex-presidente.

Desde a manhã o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) organizava um cordão com centenas de pessoas para receber Lula até as proximidades do prédio da Justiça Federal. O ex-presidente chegou ao local do depoimento por volta das 14h, acompanhado das senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Fátima Bezerra (PT-RN), dos senadores Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Paulo Rocha (PT-PA), além dos vice-presidentes do PT, Marcio Macedo e Alexandre Padilha, e do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. Também compareceu o deputado Wadih Damous (PT-RJ) e os governadores Wellington Dias e Tião Viana. Quando o ex-presidente se aproximou, ouviam-se gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro” e “Lula presidente”.

Foto: Leandro Taques/Mídia Ninja

 

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que todos estavam em Curitiba não só pela defesa do ex-presidente Lula, mas pela defesa da democracia. “Nós achamos que o processo ao qual o presidente Lula está submetido é um processo que não está sendo submetido ao devido processo legal, olhando-se para o estado democrático de Direito”, argumentou Gleisi, que acrescentou: “Ou seja, o presidente Lula vem sido enfrentado e confrontado pelo Judiciário ao invés de estar sendo julgado. (…) digo isso com toda a tranquilidade porque não é uma avaliação minha de presidenta do PT ou dos petistas. Temos um livro que foi editado por 122 juristas recentemente, que faz um desmonte da sentença do juiz Sérgio Moro que já condenou o presidente Lula uma vez, dizendo que não tem base jurídica nessa condenação”.

Após a entrada de Lula na Justiça Federal, cerca de duas mil pessoas seguiram em marcha até a praça Generoso Marques, no centro de Curitiba, onde ocorre ao final da tarde um ato em apoio ao ex-presidente.

Em seu depoimento ao juiz Sérgio Moro, o ex-presidente Lula respondeu a todas as acusações que lhe foram feitas por réus que assinaram acordos de delação com a Justiça para obter vantagens penais, como o ex-deputado Antônio Palocci e o ex-senador Delcídio Amaral. Já sobre o fundamento principal da acusação que o Ministério Público Federal lhe imputa neste processo, não houve sequer uma pergunta por parte de Moro ou dos procuradores.

Segundo a denúncia, a empreiteira Odebrecht iria doar ao Instituto Lula um terreno, supostamente em troca de ter sido beneficiada pelo ex-presidente para fechar oito contratos com a Petrobras. Tal doação jamais ocorreu, conforme admitem os próprios acusadores. Nem Moro nem os procuradores procuraram provar ou mesmo esclarecer de qual forma Lula teria agido para influenciar a estatal a assinar os tais contratos. Assim, coube a Lula apenas refutar as acusações sem provas que lhe foram feitas pelos delatores e apontar a aparente parcialidade na condução do processo por parte da 12ª Vara Federal de Curitiba.

Sobre as alegações feitas por Antônio Palocci, que se encontra preso há mais de um ano e negocia agora um acordo de delação que possa lhe tirar da cadeia, Lula disse: “A única coisa que tem verdade ali é que ele está fazendo a delação porque ele quer os benefícios que podem vir dela. Eu vi o Palocci mentir aqui essa semana. Fiquei com pena. Ele está preso há mais de um ano, tem o direito de querer ser livre, tem o direito de querer ficar com um pouco do dinheiro que ele ganhou fazendo palestra, ele tem família. Mas o que ele não pode, se não quer assumir a responsabilidade pelos fatos ilícitos que fez, é jogar (a responsabilidade) em cima dos outros”.

Lula também observou, em seu depoimento, que teme que o juiz de primeira instância do Paraná possa estar sendo parcial na condução dos processos contra ele. O ex-presidente deu como exemplo o fato de que Moro chega a levar mais em consideração o que é publicado em veículos de imprensa do que dados oficiais dos processos. “Na condenação sobre o caso do apartamento tríplex, o senhor cita o jornal O Globo 15 vezes e cita apenas cinco vezes falas das testemunhas (foram mais de 70 pessoas ouvidas nos autos). O senhor precisa começar a ler também outros jornais”, recomendou Lula.

Ao final do depoimento, que durou um pouco mais de duas horas, o ex-presidente questionou Moro: “Vou terminar fazendo uma pergunta ao senhor: vou chegar em casa amanhã e vou almoçar com oito netos e uma bisneta de seis meses. Posso olhar na cara dos meus filhos e dizer que vim a Curitiba prestar depoimento a um juiz imparcial?”.

Confira aqui os vídeos com a íntegra do depoimento.

Os advogados do ex-presidente, Valeska Teixeira Martins e Cristiano Zanin Martins, reforçaram que Lula deve ser inocentado. Em coletiva de imprensa realizada após o depoimento do ex-presidente na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, os advogados citaram as várias violações durante todo o processo e apontaram para a falta de provas por parte da acusação. “Mostramos de forma clara e objetiva que o MP jamais demonstrou que qualquer valor entre a Petrobras e esses consórcios da Odebrecht tenham gerado qualquer valor destinado direta ou indiretamente ao ex-presidente Lula”, afirmou Cristiano Zanin.

Foto: Ricardo Stuckert

 

O povo tomou conta da Praça Generoso Marques, em Curitiba (PR), para prestar apoio e manifestar solidariedade ao ex-presidente. Após o depoimento, Lula se dirigiu ao local, onde falou para mais de sete mil pessoas e voltou a cobrar que os investigadores apresentem provas. “Quero que o Ministério Público tenha coragem de admitir: não tenho provas, eu menti (o MP)”, apontou Lula, que continuou: “Quero respeitar a justiça brasileira, respeitar a Constituição, a única coisa que peço é que quem está me acusando, em algum momento, se não provar que tem um real roubado na minha conta, que vá para a televisão pedir desculpas”.

Ele voltou a pedir que o povo não fique preocupado com os depoimentos que precisa prestar. “Não se preocupem com os depoimentos que tenho que prestar. Virei a Curitiba prestar quanto depoimentos forem necessários. Eu não sou menor que ninguém. Não estou acima da lei”, disse o ex-presidente, que ressaltou: “Tenho consciência do porquê dos ataques, do porquê das tentativas de condenação, das mentiras. Fico orgulhoso porque depois de mais de dois anos investigando minha vida, investigando telefonema, gravando Marisa e eu, filmando e acompanhando, até agora não encontraram nenhuma prova”.

Aos companheiros que o acompanhavam no ato e a toda militância, Lula garantiu: “quem tem uma turma de companheiros como eu tenho, não tem o que temer”.

“Se eu tiver que contar uma mentira para enganar alguém. Jamais enganaria o povo. Prefiro a morte do que passar par a história como mentiroso para o povo brasileiro. Se eles estão com medo que eu possa voltar a me candidatar, é bom eles terem medo”, afirmou Lula, que voltou a defender, conforme fez em mais de 20 dias de caravana pelo Nordeste, o legado dos seus governos para o povo e para a soberania do Brasil: “Sonhei em fazer desse país uma potência da indústria naval, competitiva com coreanos e chineses. Sonhei em fazer da energia limpa do etanol uma energia limpa competitiva. Sonhei em fazer uma empregada doméstica ter a filha estudando na universidade. Sonhei ver o filho de pedreiro ser engenheiro. Sonhei que as pessoas mais humildes da periferia poderiam ser doutores”.

E completou: “Como dizia o Chico Buarque, eu gosto do PT porque ele não fala grosso com a Bolívia e não fala fino com os Estados Unidos. Sonhei que poderíamos fazer um novo polo geopolítico. Sonhei que o Brasil tinha que pagar a dívida de 300 anos de escravidão com a África, não com dinheiro, mas com tecnologia. Sonhei que o Brasil poderia virar protagonista internacional, ser respeitado pelos Estados Unidos, Rússia, China, Alemanha e França. Sonhei em fazer com que esse país perdesse o complexo de vira-lata e tivesse a coragem de olhar para seus parceiros em igualdade de condições”. Confira o vídeo do ato aqui.

Foto: Ricardo Stuckert

O ato contou com a presença de lideranças políticas de vários segmentos, como o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, da União Nacional dos Estudantes e de outros movimentos. A presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, os vice-presidentes do PT, Alexandre Padilha e Marcio Macedo, também estiveram presentes.

 

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