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Em Pauta Conjuntura

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Em Pauta Conjuntura: Eleições 2016

23 de maio de 2017

Imagem extraída da página Diário do Centro do Mundo no Facebook

Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, os resultados eleitorais de domingo (2) ainda refletem “um ranço conservador” no país, que passou a predominar após a vitória de Dilma Rousseff em 2014, o quarto triunfo das forças progressistas na disputa pela Presidência da República.

Esses resultados são fruto do monopólio dos meios de comunicação concentrados no eleitorado das grandes cidades, onde se catalisa o voto antipetista acima de tudo, em prejuízo da democracia brasileira. São lugares em que não apenas o peso da mídia é mais importante, como também a força da classe média na formação da opinião pública é maior que em outras regiões do país. E uma classe média que tem abrigado no seu seio tanto correntes muito conservadoras, como também setores que assumem posições de extrema-direita, de intolerância com a diversidade de opiniões, de racismo e de machismo marcantes. E o fazem com estardalhaço, contaminando a percepção das posições do conjunto da sociedade.

Os resultados do primeiro turno das eleições municipais deste ano confirmam esse cenário e essa tendência. Antes de tudo, pela vitória do candidato tucano, João Doria, em São Paulo, impedindo a reeleição de Fernando Haddad, apesar do excelente mandato do atual prefeito. É a expressão mais categórica dessa tendência. A direita acabou concentrando seus votos no Doria e impediu, pela terceira vez, que o PT pudesse reeleger o seu prefeito.

Outra marca do conservadorismo é o perfil dos candidatos. Os partidos continuam privilegiando candidaturas de homens e deixando de lado mulheres pretas, pardas e indígenas. A maioria dos candidatos a vereador ou a prefeito nas eleições deste ano é homem, sendo que os autodeclarados brancos são 58% na disputa por uma vaga a chefe do Executivo municipal.

A constatação é Grupo de Estudo Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que divulgou esta semana levantamento sobre o perfil de gênero e de raça dos mais de 400 mil candidatos pelo país em cerca de 30 partidos.

A pesquisa também mostra a ausência de candidatos pretos, pardos ou indígenas nos grandes partidos, aqueles com mais recursos e chances de eleger representantes, independentemente do perfil ideológico, de direita ou esquerda. Por outro lado, os partidos com maior concentração de candidaturas brancas são grandes ou médios, ligados a ideias de centro ou de direita.

Também é importante observar um outro dado nestas eleições: o número de brancos, nulos e abstenções foi muito elevado. No caso de São Paulo, por exemplo, apesar de eleito no primeiro turno a prefeito de São Paulo, com 34,72% dos votos válidos, o candidato João Doria (PSDB) perdeu para a soma dos brancos, nulos e abstenções, que totalizaram 34,84% dos votos válidos.

Para o ex-ministro e atual secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, o grande número de abstenções e votos brancos e nulos é um fator preocupante, relacionado ao que define como o crescimento da antipolítica. “Ganha no primeiro turno um candidato que fez questão de dizer que não tem nada a ver com a política, que não é da política. A impressão que dá, é que o sentimento contra a política é o que sai vitorioso na cidade de São Paulo, e isso é muito perigoso para a democracia”, disse Padilha, que acredita que esse sentimento de antipolítica exigirá do PT, das organizações do campo da esquerda e dos movimentos sociais, a construção na cidade de São Paulo de um espaço de mobilização e resistência. “Uma cidade como São Paulo, com tantas injustiças, tantas desigualdades, tanto preconceito, não pode ser mais justa se não houver um intenso debate político sobre isto, fundamentalmente fortalecendo o exercício da política.”

O PT nas eleições

Em São Paulo (SP), Fernando Haddad foi derrotado em primeiro turno por João Doria (PSDB) e afirmou: “Se hoje somos minoria, isso não vai nos impedir de continuar a defender nossos princípios e valores”. Seu breve discurso no diretório do PT em São Paulo foi centrado na defesa da democracia e do respeito ao voto popular. “Temos que dar o exemplo e fortalecer as instituições. E uma das instituições que mais respeito tem relação com a vontade popular. Estarei à disposição para elaborar um plano de transição tranquilo para a cidade”, disse.

Para Luis Nassif, a derrota no primeiro turno em São Paulo foi a maior demonstração, até agora, da eficácia da política de “delenda PT”, conduzida pela Lava Jato junto com a mídia. Não se trata apenas de uma derrota a mais, mas a derrota do mais relevante prefeito da cidade de São Paulo desde Prestes Maia. Haddad trouxe para São Paulo a visão do cidadão, colocando a política metropolitana em linha com as mais modernas práticas das grandes capitais do mundo. Não houve setor em que não inovasse, da gestão financeira responsável à Lei do Zoneamento, das intervenções viárias às políticas de inclusão.

Em Recife (PE), o candidato pelo PT à prefeitura, João Paulo, recebeu 23,76% dos votos válidos no primeiro turno das eleições municipais e disputará o segundo turno contra Geraldo Júlio, do PSD, atual prefeito da cidade. Logo após a divulgação do resultado, João Paulo agradeceu pelos 207, 5 mil votos e afirmou que o Recife dá, mais uma vez, um exemplo de garra e resistência. “Agradeço à cidade e à nossa militância, que mostrou que não está adormecida. Nossa militância fez milagre. Sabíamos a importância, para o PT e pra nossa história, da consolidação do segundo turno”, disse.

Em Rio Branco (AC), o atual prefeito do PT, Marcus Alexandre, foi reeleito com 55% dos votos válidos. O candidato conquistou a reeleição pela Frente Popular do Acre (PC, PC do B, PDT, PHS, PMB, PRB, PROS, PRP, PSB, PSDC, PSL, PT, PTB, PT do B, PTN). “A sensação é de dever cumprido, fizemos uma campanha limpa, com alegria, mostrando propostas, debatendo projetos e ideias, respeitando a democracia e as opiniões diferentes das nossas.”, disse Marcus.

Confira outros destaques:

1. Dilma tenta último recurso contra o impeachment

Não pode um país, sob o risco de traumas e conflitos, permanecer a ser governado por quem não foi eleito pelo povo e não exerce seu mandato por decorrência do texto constitucional. A democracia não pode conviver com governos ilegítimos, nem mesmo por poucos dias”, diz o texto do mandado de segurança protocolado na quinta-feira (29/09) pela presidente afastada Dilma Rousseff, como seu último recurso no Supremo Tribunal Federal para tentar reverter o processo de impeachment. Assinado pelo advogado de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, o texto aponta a “falta de justa causa”. Leia mais aqui.

2. Racha no PSDB: Militantes tucanos articulam manifesto contra João Doria

Cerca de 60 militantes tucanos de diversos diretórios do PSDB se reuniram em um hotel da capital paulista na manhã de sábado (1) para lançar um manifesto contra o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, João Doria. “Temos um lado, e não é o lado do Doria, do lobby que vicia”, afirma um trecho do documento. A maioria dos militantes é aliada de Andrea Matarazzo (PSD), vice de Marta Suplicy (PMDB) nestas eleições. Leia mais aqui.

3. CUT e movimentos sociais farão novo ato contra pauta de retrocessos

Na próxima quarta-feira (5), serão promovidos atos em todo o País para protestar contra dois textos que o governo Temer pretende agilizar: o Projeto de Lei (PL) 4.567 – que flexibiliza a participação da Petrobras nos contratos do pré-sal – e a proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita os gastos públicos por 20 anos. A mobilização é organizada pela CUT, o Comitê Nacional de Defesa das Empresas Públicas e representantes de movimentos sociais. O objetivo é protestar contra as articulações do governo, explicar o perigo da aprovação dessas propostas para a população e ajudar a conscientizar os parlamentares sobre o desgaste de estarem se posicionando por matérias legislativas que, além de impopulares, representarão retrocessos para o Brasil. Leia mais aqui.

4. O que acontecerá com o acordo de paz após a vitória do ‘não’ no plebiscito na Colômbia?

A vitória do “não” na consulta popular que fez a seguinte pergunta aos colombianos: “você apoia o acordo para o término do conflito e construção de uma paz estável e duradoura?” pegou a maior parte do país e da comunidade internacional de surpresa. Mas e agora? O que vai ocorrer com a negociação entre o governo e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), realizada ao longo de seis anos? Diante da decisão popular, há alguns cenários possíveis e que estão sendo traçados por meios de comunicação e analistas colombianos. Todos os analistas ressaltam, no entanto, a importância do compromisso entre as partes de manter o cessar-fogo bilateral e a disposição de seguir no caminho para a paz. Leia mais aqui.

5. Dois pesos e duas medidas: Lentidão na apuração de graves crimes políticos confirma parcialidade e perseguição ao PT

Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é indiciado criminalmente baseado em “convicções e não em provas cabais”, e ex-ministros, como Guido Mantega e Antônio Palocci- são presos também baseados em meras suspeitas, denúncias comprovadas ou fortes indícios contra políticos contrários ao PT são simplesmente esquecidas ou, no máximo, apuradas “a passos de tartaruga”. Esses são os casos de denúncias envolvendo o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), o ex-presidente cassado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o presidente ilegítimo e golpista Michel Temer (PMDB). Leia mais aqui.

6. Sílvio Costa: Reforma do ensino por medida provisória é golpe

Tentar mudar o ensino médio através de uma Medida Provisória é um profundo desrespeito ao Congresso Nacional, aos educandos, aos educadores e às famílias brasileiras. Este governo, que já deu um golpe parlamentar, pensa que pode tudo. Na próxima semana, vou procurar o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB), e solicitar que ele devolva a Medida Provisória ao Poder Executivo. Ao mesmo tempo, vou pedir ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que seja colocado em votação, no plenário, o projeto de lei nº 6840/2013. Reformar o ensino médio por Medida Provisória é golpe. Leia mais aqui.

7. Repasses federais à Folha de S. Paulo crescem 78% em comparação com mesmo período de 2015

No último dia 25 de setembro, a Folha de S.Paulo publicou um editorial afirmando que o jornal vinha fazendo críticas ao governo de Michel Temer desde que ele assumiu a presidência como interino. O texto comentava ainda sobre reportagens contra ministros e assessores do governo. Além disso, a Folha também repaginou e publicou notícia de meados de maio, que dizia respeito ao corte de investimento em publicidade do governo em blogs. Essas duas publicações inquietaram a equipe do portal O Cafezinho, que decidiu apurar a situação. O que o portal levantou é que – analisando os meses de maio, junho, julho e agosto de 2016 com o mesmo período do ano anterior – o investimento em publicidade em grandes veículos de comunicação estava em crescente. A Folha de S.Paulo, que se defendeu na última semana de ataques como “golpista”, recebeu em 2015, durante o período analisado, aproximadamente R$ 628.000,00. Em 2016, recebeu R$ 1.118.448,92, um aumento de 78,1%. Leia mais aqui.

Curso de transição para prefeitos(as) eleitos(as)

A Escola Nacional de Formação do PT está preparando o Curso para Prefeitos(as) Eleitos(as). A realização do curso está prevista para o início de dezembro. No curso, serão apresentadas as regras para a transição, entre outros temas de interesse de uma gestão petista.

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